Na sua 17.ª longa-metragem, o realizador alemão Rainer Werner Fassbinder desenha a relação entre a sexagenária Emmi, trabalhadora de limpeza, e o emigrante marroquino Ali, com quase 40 anos. A esta ligação genuína, ainda que aparentemente inexplicável, opõe-se o preconceito de uma sociedade rasa, desconfiada por pressuposto – ao ponto de Emmi e Ali começarem a duvidar dos seus próprios sentimentos. “O Medo Come a Alma” é um filme revoltante, mas quieto, de composição imaculada.