Este espetáculo é um retrato-memória da infância escrito a quatro mãos (duas mãos que não param quietas; outras duas que as acompanham e observam), em que há espaço para o medo, o risco, a rua, um cão que ladra (e talvez morda) e um avô à janela capaz de nos proteger pelo canto do olho.
“Caco, porque é que estás a trepar?”, perguntava o meu avô Elísio.
“Porque me chamo Caco, Caco, Caco”, dizia eu a imitar o eco.
O meu nome atirado contra uma montanha partir-se-ia em mil bocados. Quero dizer, em cacos. Talvez não seja o nome mais respeitável do mundo. Um nome que é um pedaço de uma coisa partida. Mas é o meu.
“Caco, porque é que estás a trepar?”, perguntava o meu avô Elísio.
“Porque me chamo Caco, Caco, Caco”, dizia eu a imitar o eco.
O meu nome atirado contra uma montanha partir-se-ia em mil bocados. Quero dizer, em cacos. Talvez não seja o nome mais respeitável do mundo. Um nome que é um pedaço de uma coisa partida. Mas é o meu.