Há um abismo em todos os momentos deste ciclo, em contraciclo ao que seria o tempo ideal do amor. Esse fantasma assombra todo o cinema queer: a sensação de que, face a um romance não heteronormativo, a reação do mundo é sempre imprevisível. “O Azul do Cafetã” propõe não uma utopia, mas um amor amigo, que se adapta e consente – sobretudo quando poucos o compreendem. Assim que os alfaiates Halim e Mina recebem um estagiário no seu ateliê, é fácil prevermos a cena de infidelidade, mas a cineasta marroquina Maryam Touzani leva-nos por um caminho menos óbvio e mais feliz.