O PAI FOI EM VIAGEM DE NEGÓCIOS
Na Jugoslávia no início dos anos 50, Mesa trabalha e vive em Sarajevo onde o seu cunhado Zijo é um alto responsável da polícia. Mesa é casado com Sena, tem dois filhos, é um trabalhador de confiança e um sedutor compulsivo. A sua amante, Ankitza, tenta pressioná-lo ao divórcio, mas Mesa resiste à ideia. Ankitza decide então vingar-se, seduz Zijo e revela-lhe os perigosos comentários políticos de Mesa. Este é preso e condenado a um campo de trabalhos forçados. A família vive dias difíceis e Sena vê-se obrigada a trabalhar como costureira. Mesa deixa o campo de trabalho e instala-se numa cidade distante de Sarajevo, gozando um estatuto de semi-liberdade. A família volta a viver junta e Mesa a seduzir mulheres. Com o perdão oficial, Mesa e a família regressam a Sarajevo. É tempo de ajustar contas e retomar uma vida normal.
Palma de Ouro em Cannes 85 e ainda vencedor do Grande Prémio da Crítica Internacional, “O Pai foi em viagem de negócios” é uma envolvente e tocante crónica familiar e política sobre as desventuras e dissabores de uma família de Sarajevo na época Stalinista. Em grande parte, observado pelos olhos de um garoto, “O Pai foi em viagem de negócios” é uma inteligente, bem-disposta e sensível reflexão sobre um país e uma época. Um país marcado por um complexo mosaico de etnias, culturas e religiões numa época de ditadura stalinista, com todas as suas arbitrariedades e violências. Emir Kusturica impõe um estilo muito próprio a esta inteligente visão da Jugoslávia dos anos 50, que hoje talvez se reveja com uma maior carga de ironia e amargura devido aos trágicos acontecimentos que levaram ao fim da federação jugoslava e à guerra civil, que assenta acima de tudo num admirável domínio plástico e num fabuloso trabalho de direcção de actores. Mas onde Kusturica é verdadeiramente espantoso é na forma subtil, contagiante, comovente e mesmo sensual como sabe retratar o ser humano nas suas baixezas e glórias.
Com: Miki Manojlovic, Mirjana Karanovic, Moreno D’E Bartolli.
Género: comédia (1985)
Classificação etária: M/14
Duração: 136 min.
UNDERGROUND – ERA UMA VEZ UM PAÍS
Em 1941, Belgrado é bombardeada pelas forças nazis. Um grupo de resistentes jugoslavos refugia-se numa enorme cave, onde começam a fabricar armas. Entre eles está Marko e o seu amigo Blacky, ambos fascinados por Natalija, uma actriz que anda envolvida com um oficial alemão. A pouco e pouco Marko torna-se o único intermediário e elo de ligação entre o grupo da cave e o Mundo exterior. Em 1961, Marko colabora com Tito, está casado com Natalija e mantém o grupo da cave a trabalhar, que acredita que a guerra ainda não terminou. Marko ganha uma fortuna com o tráfico das armas produzidas pelo grupo da cave, que entretanto celebra o casamento de Jovan, o filho de Blacky. Os dois fogem por uma brecha numa das paredes, enquanto na superficie Marko e Natalija partem depois de ter feito explodir o acesso à cave. Em 1992, durante a guerra civil, Marko e a mulher continuam a ganhar fortunas vendendo armas na Bósnia. Capturados pelos Sérvios, são executados sob as ordens involuntárias de Blacky, que regressa à cave em busca do seu grupo de resistentes.
Dez anos depois de “O Pai foi em viagem de negócios”, Emir Kusturica volta a conquistar a Palma de Ouro em Cannes com “Underground-Era uma vez um país”, dupla vitória que até aí só Coppola e Bille August tinham conseguido obter. Trata-se de uma nova e fantástica visão da Jugoslávia a partir de uma espécie de fábula quase anedótica sobre um grupo de resistentes que se refugiam numa cave durante o bombardeamento de Belgrado pelos nazis em 1941, onde permanecem durante cinquenta anos convencidos de que a guerra não terminou. Quando deixam a cave a guerra continua, embora agora seja a guerra civil na Bósnia que ditou o fim da federação jugoslava. Kusturica assina uma obra cinematográfica de uma espantosa dimensão jubilatória, trágica, delirante e comovente, onde faz convergir toda a mestria, inventiva, poesia, truculência, ironia e surrealismo do seu cinema. Uma fabulosa reinvenção da metáfora da gruta adaptada à trágica realidade de um país dividido pelas guerras e subjugado por um regime totalitário entre elas. Um filme verdadeiramente invulgar e fascinante, onde se reflete de forma portentosa sobre a História e a condição humana.
Com: Miki Manojlovic, Lazar Ristovski, Mirjana Jokovic, Slavko Stimac, Ernst Stötzner, Srdan Todorovic.
Género: guerra/comédia dramática (1995)
Classificação etária: M/12
Duração: 161 min.
Na Jugoslávia no início dos anos 50, Mesa trabalha e vive em Sarajevo onde o seu cunhado Zijo é um alto responsável da polícia. Mesa é casado com Sena, tem dois filhos, é um trabalhador de confiança e um sedutor compulsivo. A sua amante, Ankitza, tenta pressioná-lo ao divórcio, mas Mesa resiste à ideia. Ankitza decide então vingar-se, seduz Zijo e revela-lhe os perigosos comentários políticos de Mesa. Este é preso e condenado a um campo de trabalhos forçados. A família vive dias difíceis e Sena vê-se obrigada a trabalhar como costureira. Mesa deixa o campo de trabalho e instala-se numa cidade distante de Sarajevo, gozando um estatuto de semi-liberdade. A família volta a viver junta e Mesa a seduzir mulheres. Com o perdão oficial, Mesa e a família regressam a Sarajevo. É tempo de ajustar contas e retomar uma vida normal.
Palma de Ouro em Cannes 85 e ainda vencedor do Grande Prémio da Crítica Internacional, “O Pai foi em viagem de negócios” é uma envolvente e tocante crónica familiar e política sobre as desventuras e dissabores de uma família de Sarajevo na época Stalinista. Em grande parte, observado pelos olhos de um garoto, “O Pai foi em viagem de negócios” é uma inteligente, bem-disposta e sensível reflexão sobre um país e uma época. Um país marcado por um complexo mosaico de etnias, culturas e religiões numa época de ditadura stalinista, com todas as suas arbitrariedades e violências. Emir Kusturica impõe um estilo muito próprio a esta inteligente visão da Jugoslávia dos anos 50, que hoje talvez se reveja com uma maior carga de ironia e amargura devido aos trágicos acontecimentos que levaram ao fim da federação jugoslava e à guerra civil, que assenta acima de tudo num admirável domínio plástico e num fabuloso trabalho de direcção de actores. Mas onde Kusturica é verdadeiramente espantoso é na forma subtil, contagiante, comovente e mesmo sensual como sabe retratar o ser humano nas suas baixezas e glórias.
Com: Miki Manojlovic, Mirjana Karanovic, Moreno D’E Bartolli.
Género: comédia (1985)
Classificação etária: M/14
Duração: 136 min.
UNDERGROUND – ERA UMA VEZ UM PAÍS
Em 1941, Belgrado é bombardeada pelas forças nazis. Um grupo de resistentes jugoslavos refugia-se numa enorme cave, onde começam a fabricar armas. Entre eles está Marko e o seu amigo Blacky, ambos fascinados por Natalija, uma actriz que anda envolvida com um oficial alemão. A pouco e pouco Marko torna-se o único intermediário e elo de ligação entre o grupo da cave e o Mundo exterior. Em 1961, Marko colabora com Tito, está casado com Natalija e mantém o grupo da cave a trabalhar, que acredita que a guerra ainda não terminou. Marko ganha uma fortuna com o tráfico das armas produzidas pelo grupo da cave, que entretanto celebra o casamento de Jovan, o filho de Blacky. Os dois fogem por uma brecha numa das paredes, enquanto na superficie Marko e Natalija partem depois de ter feito explodir o acesso à cave. Em 1992, durante a guerra civil, Marko e a mulher continuam a ganhar fortunas vendendo armas na Bósnia. Capturados pelos Sérvios, são executados sob as ordens involuntárias de Blacky, que regressa à cave em busca do seu grupo de resistentes.
Dez anos depois de “O Pai foi em viagem de negócios”, Emir Kusturica volta a conquistar a Palma de Ouro em Cannes com “Underground-Era uma vez um país”, dupla vitória que até aí só Coppola e Bille August tinham conseguido obter. Trata-se de uma nova e fantástica visão da Jugoslávia a partir de uma espécie de fábula quase anedótica sobre um grupo de resistentes que se refugiam numa cave durante o bombardeamento de Belgrado pelos nazis em 1941, onde permanecem durante cinquenta anos convencidos de que a guerra não terminou. Quando deixam a cave a guerra continua, embora agora seja a guerra civil na Bósnia que ditou o fim da federação jugoslava. Kusturica assina uma obra cinematográfica de uma espantosa dimensão jubilatória, trágica, delirante e comovente, onde faz convergir toda a mestria, inventiva, poesia, truculência, ironia e surrealismo do seu cinema. Uma fabulosa reinvenção da metáfora da gruta adaptada à trágica realidade de um país dividido pelas guerras e subjugado por um regime totalitário entre elas. Um filme verdadeiramente invulgar e fascinante, onde se reflete de forma portentosa sobre a História e a condição humana.
Com: Miki Manojlovic, Lazar Ristovski, Mirjana Jokovic, Slavko Stimac, Ernst Stötzner, Srdan Todorovic.
Género: guerra/comédia dramática (1995)
Classificação etária: M/12
Duração: 161 min.