07 + 08 OUT 2022 DANÇA
A PREGUIÇA ATACA?
DE ALDARA BIZARRO

07 OUT + 08 OUT
DANÇA

07 OUT | 10:00
PÚBLICO ESCOLAR
08 OUT | 21:30
5€

SALA PRINCIPAL

A temática deste espetáculo assenta sobre uma proposta filosófica que pretende questionar de uma forma divertida a postura atual da sociedade relativamente a aspetos como o trabalho, a produtividade do indivíduo e a preguiça. Para o desenvolvimento do campo conceptual, a colaboradora Dina Mendonça interveio com uma abordagem destas questões orientadas para um público jovem e adulto, no sentido de abrir outras perspetivas sobre o tema em questão.
É mau, sentir preguiça?
Isso de não fazer nada existe? Quando estás a praticar o nada, o que estás a fazer?
Um ser humano existe sem preguiça?
Quando não nos apetece fazer nada, será porque nos apetece fazer tudo? Ou outra coisa?
O trabalho liberta?
E a preguiça? Prende?
Quando somos crianças, a preguiça acaba quando nos espreguiçamos e só regressa quando estamos exaustos da brincadeira. Quando somos adultos, a preguiça envergonha-se perante o trabalho que se avoluma e ninguém admite que a sente. Quando estamos a meio do caminho, o tempo saboreia-se e o que pode ficar para amanhã, fica suspenso na doçura de um bocejo...


Texto de Dina Mendonça sobre o espetáculo:
Começa com histórias. Tudo começa com histórias...
E, de repente, no meio da partilha entre o cansaço e o descanso, na lenta sugestão de aspetos da preguiça — a medida da vontade, o não querer fazer frente ao movimento contínuo de outros, a adoção do modo da Preguiça—os bailarinos são atacados.
Essa linha direta que se desenha no espaço, desde os seus corpos até ao vórtice, é uma linha de emoções mistas. Quem a vê está suspenso, vive numa ânsia curiosa e medrosa, e tem uma vontade contraditória de os ajudar a fugir e simultaneamente, de os deixar ir. Isso produz uma ligeira tensão na cadeira, mas que se disfarça bem. A preguiça parece simples, mas quando se a olha à lupa, ela revela-se complexa e estranha, ensina-nos algo de incómodo. Revelamo-nos, por um lado, guerreiros destemidos e, por outro, bonecos encaixados. A preguiça mostra que se somos capazes das mais arrojadas loucuras também somos cobardes para as mais recatadas ações.
Ver dois corpos assim a desenhar a preguiça, rompendo o espaço, deixa-nos com uma afinada atenção para ouvir.

ALDARA BIZARRO

Maputo 1965. Estudou dança em Luanda, Lisboa, Nova Iorque e Berlim. Gosta de evidenciar os períodos em que estudou no Merce Cunningham Studio, no Movement Research (NYC), e no Tanzfabrik (B), como sendo das fases mais ricas da sua formação.
Começou a coreografar em 1990 com Me myself and Influências, peça premiada no IV Workshop Coreográfico da CDL desde então assina as suas peças que são apresentadas em todo o país. Fez parte do grupo da Nova Dança Portuguesa representado na Europália 91. Foi pioneira em Portugal na criação de dança para jovens e no envolvimento dos mesmos nas obras, através da criação do Projeto Respira em 2007. A sua peça A Nova Bailarina, foi distinguida pelo jornal Publico como uma das melhores peças de 2011. Como formadora trabalhou no Forum Dança, Escola Superior de Dança, CCB, F.C. Gulbenkian, CCVF/A Oficina, Artenrede, e muitos outros.
Foi diretora artística de Jangada, uma estrutura de dança financiada pela DGArtes, durante 16 anos. Atualmente desenvolve projetos para jovens e para a comunidade, cruzando a dança com outras artes, com enfoque na componente artística, social e pedagógica.
FICHA ARTÍSTICA

Conceção e direção
Aldara Bizarro
Interpretação/cocriação
Ainhoa Vidal e Alban Hall
Música Original
Vítor Rua
Vídeo
João Pinto
Luzes
Carlos Ramos
Apoio na área da Filosofia
Dina Mendonça
Fotografia
António Rebolo e Edméa Brigham
Produção Executiva
Andrea Sozzi e Rita Vieira
Apoio informático
Pedro Joel
Apoio
Fifanta
Coprodução
Centro Cultural de Belém / Centro de Pedagogia e Animação
Produção
Jangada (1998-2014)
Entrevistados vídeo
Alfredo Saramago, Ana Merelo, Adelino Tavares, Alberto Pimenta, Catarina Molder, Clara Andermatt, Fernando Rosas, Francisco José Viegas, João Pombeiro, Jorge Palmeirim, Lígia Pereira, Maria José Alves, Miguel Pereira, Natália Pais, Sr. Nuno e Pedro Cabral

Classificação etária
M/12

Duração
60 min