Gemem as brasas, baixinho, nas lareiras do casario. Sobem bem alto as chamas da tão excelente fogueira, e a gente chega-se ao lume fugindo ao frio da noite. Nos rostos iluminados há uma voz que se anima e outras que se lhe juntam: “Beijai o Menino / Beijai-o agora” é o canto inicial, enquanto o gaiteiro não chega para a ronda de peditório. Havia ainda a de Campo Maior “Ó meu Menino Jesus, ó meu Menino tão belo”, cantava-se, e a sarronca acompanhava no lamento compassado de uma pele estremecida.
São cantigas de guardar, daquelas que não se gastam na voragem mediática. Mas como a rádio não as passa, e a gente antiga as foi desusando, foram-se apagando na memória das comunidades, herança à espera de quem a recolha.
“Maria lavava / S. José estendia / E o Menino chorava / Com o frio que fazia” foi uma das que resistiu ao tempo, lembrada de norte a sul de Portugal, palavras mesmas para diferentes melodias, uma voz sozinha aqui, um coro além, depende de quem houver.
São muitas mais, tiradas de um baú marcado para ser silêncio e esquecimento por razões da pressa das vidas, da emergência de outros cantos, da partida pelos caminhos do pão. Mas se umas vozes foram faltando, outras se acercaram do tal baú e sacudiram-lhe o pó, as cantigas, as rezas, os embalos.
São cantigas de guardar, daquelas que não se gastam na voragem mediática. Mas como a rádio não as passa, e a gente antiga as foi desusando, foram-se apagando na memória das comunidades, herança à espera de quem a recolha.
“Maria lavava / S. José estendia / E o Menino chorava / Com o frio que fazia” foi uma das que resistiu ao tempo, lembrada de norte a sul de Portugal, palavras mesmas para diferentes melodias, uma voz sozinha aqui, um coro além, depende de quem houver.
São muitas mais, tiradas de um baú marcado para ser silêncio e esquecimento por razões da pressa das vidas, da emergência de outros cantos, da partida pelos caminhos do pão. Mas se umas vozes foram faltando, outras se acercaram do tal baú e sacudiram-lhe o pó, as cantigas, as rezas, os embalos.